O mundo vive a era dos aplicativos, tablets, smartphones e netbooks. A tecnologia faz parte do dia a dia das pessoas, com o intuito de simplificar a vida de todos com pacotes de facilidades.
Na medicina veterinária essa onda não é diferente. Portabilidade, tamanho, peso, praticidade e aplicabilidade são os requisitos básicos quando se pensa em desenvolvimento de soluções e produtos para a área.
Com o objetivo de contribuir de maneira significativa com novidades tecnológicas de alto padrão, a InPulse (Florianópolis/ SC) em parceria com a Goldfeder & dos Santos – clínica de cardiologia veterinária (São Paulo/SP) – criaram o Eletrocardiógrafo ECG Slim: InCardio.
“Percebemos que a medicina veterinária estava carente de desenvolvimento de equipamentos específicos. Sobretudo, uma atenção específica dos engenheiros biomédicos para as necessidades diárias. Foi então, que resolvemos desenvolver um eletrocardiógrafo que atendesse a todas as necessidades dos médicos veterinários, sejam eles cardiologistas ou não”, explica o sócio e diretor Comercial da InPulse, Jonatas Pavei.
Em parceria com os médicos veterinários e especialistas em cardiologia, Luís Felipe Neves dos Santos e Guilherme Goldfeder, foi desenvolvido um novo conceito de ECG veterinário. “Quando os diretores da empresa nos procuraram, sabíamos das dificuldades do setor. Pudemos contribuir com registros de algumas deficiências. A primeira delas era a portabilidade”, aponta Santos.
As outras exigências eram referentes ao tamanho, peso e praticidade e, sobretudo a telemedicina. “Consideramos que era um benefício ter um aparelho pequeno, portátil e de fácil manuseio com o animal. O pet esta na sala contido com o número de pessoas, portanto, quanto menos o espaço o aparelho ocupar, melhor”, comenta o cardiologista.
“Trata-se de um avanço na medicina veterinária, por possibilitar aos clínicos realizar o diagnóstico de cardiologia de qualidade. Além, do suporte oferecido pelos engenheiros. Nós sofremos com a falta de suporte das empresas de eletrocardiógrafo, pois são voltadas à medicina humana”, aponta Goldfeder.
Para o uso em qualquer espécie, sendo já testado, além de cão e gato, em peixe-boi, cavalo, pônei e macaco, foi fabricado em alumínio, sem fio em uma distância de até seis metros do computador e do tamanho de um celular e outras série de detalhes que são valorizados pelos profissionais veterinários.
DESENVOLVIMENTO
Realizado em duas partes, segundo Pavei; na primeira, a equipe de engenharia biomédica, buscou-se publicações de literaturas em termos de estado-da-arte em desenvolvimento de eletrocardiógrafos no mundo. Sobretudo, em relação ao processamento de sinais, mais especificamente a filtros e detectores automáticos de parâmetros da onda do ECG. “Assim, com engenheiros, mestrando e doutorandos buscamos encontrar a melhor solução. Porém, isso tudo deveria estar alinhado com as necessidades da medicina veterinária”, comenta o diretor Comercial e acrescenta que, neste ponto, iniciou-se a segunda etapa, na qual a consultoria dos cardiologistas, direcionou todo o desenvolvimento e produtificação já elaborados nas necessidades dos veterinários. “A evolução não para por aí. Novas versões do sistema são disponibilizadas gratuitamente para os usuários do InCardio, sempre com novidades sugeridas pelos próprios profissionais”, frisa.
De acordo com Pavei, a parte mais difícil no desenvolvimento, tange um dos problemas mais sérios da cardiologia veterinária: filtros musculares e a detecção automática dos parâmetros da onda. “Desde o início, não buscamos o básico para resolver esses entraves. Os ruídos musculares são extremamente complexos de serem extraídos do sinal de interesse do ECG. Pois, eles ocupam uma boa faixa de interesse. Buscamos na comunidade científica o que existe de mais moderno em filtragem de sinais cardiológicos para incorporar ao produto”.
Já a detecção automática é considerada por ele um desafio a parte. “Desenvolvemos um algoritmo que funciona especialmente para cada espécie em que o exame está sendo realizado. Assim, os resultados têm sido bons. Lembrando que o objetivo desse algoritmo é facilitar o trabalho veterinário. Assim a escolha manual dos tempos associados é permitida, ficando a critério do usuário”, relata.
O QUE ESTÁ POR VIR
Uma nova linha de produtos estão sendo desenvolvidos, segundo a companhia.
“Estamos em testes com Holter e o desenvolvimento de um aplicativo de Bulário Cardiológico que será finalizado em breve. Dentro da empresa, temos um setor especial de desenvolvimento em eletroestimulação implantável, cujo um dos resultados será um marcapasso de uso exclusivo animal. Estimamos que a partir do segundo semestre de 2015 sejam realizando os primeiros testes”, expõe o diretor Comercial.
Fonte: Inpulse