ETIOLOGIA E TRANSMISSÃO:
A Leptospirose é uma zoonose causada por uma bactéria chamada Leptospira. É rara em gatos e bastante comum em cães não vacinados.
Os ratos funcionam como reservatórios da bactéria, ou seja, são disseminadores da doença. São eles que através de sua urina contaminada acabam deixando doentes cães e até mesmo pessoas que adquirem a espiroqueta (forma da bactéria jovem) através da pele ou mucosas. A trasmissão ocorre então através do contato da pele e mucosas com urina, solo, água, alimentos , objetos contaminados, placenta da mãe para o feto, transmissão venérea ou por ferimento de mordedura.
O maior número de casos ocorre no verão e início do outono.
Os animais contaminados podem desenvolver a doença de forma aguda ou serem apenas portadores da mesma, podendo ficar nessa condição durante longos períodos ( de 1 a 4 anos).
PATOGENIA:
Após penetrarem pela pele ou mucosas as espiroquetas vão para a circulação sanguínea e geram um quadro de leptospiremia atingindo assim rins, fígado e outros sistemas orgânicos. Essas espiroquetas liberam toxinas capazes de causar necrose (morte) tecidual.
Geralmente isso acontece de 4 a 12 dias após a contato inicial.
SINTOMAS:
Podem aparecer repentinamente ou serem latentes ( quase imperceptíveis ). Geralmente estão associados ao fígado, rins e vasculatura. Os primeiros sinais da doença costumam ser: anorexia (falta de apetite), vômitos e febre. Mais tardiamente apresentam-se gastrenterite hemorrágica ( vômitos e diarréia com sangue), mialgia ( dor muscular), poliúria , polidipsia, estomatite necrosante, icterícia, dor renal, desidratação, congestão das mucosas, colapso vascular e morte. Mais raramente podem desenvolver meningite e fêmeas prenhes podem abortar.
DIAGNÓSTICO:
Hemograma, bioquímica sanguínea e urinálise descrevem as alterações compatíveis com as lesões causadas pela leptospira no sangue, fígado e rins. A sorologia sanguínea constitui o meio de diagnóstico mais eficiente e prático adotado atualmente. Deve-se então associar os sinais clínicos com os testes laboratoriais para confirmar o diagnóstico.
TRATAMENTO:
Doses maçicas de Penicilina e Diidroestreptomicina devem ser associadas. A Penicilina deve ser usada na dose de 40.000 UI/kg, de 12 em 12 horas durante 10 dias. Já a Diidroestreptomicina deve ser usada na dose de 15 mg/kg, de 12 em 12 horas durante 15 dias. A Diidroestreptomicina é recomendada para acabar com a Leptospira dos rins, impedindo assim, que o animal infectado dissemine a bactéria pela urina..
PREVENÇÃO:
A vacinação dos cães é o fator mais importante na prevenção da doença. Os filhotes de 60 dias de idade deverão ser vacinados contra a leptospirose, repetindo-se então mais duas doses subsequentes (uma a cada 30 dias). A partir disto os mesmos deverão receber o reforço semestral , em regiões onde ocorrem o maior número de casos, ou reforço anual em regiões menos propensas à doença.
A desinfecção de ambientes onde existem ratos deve ser feita diariamente utilizando desinfetantes potentes, impedindo assim o contato dos animais e das pessoas com a urina contaminada dos ratos.
Deve-se evitar deixar restos de alimentos ou mesmo ração expostas no ambiente para impedir a proliferação dos ratos.E lembrem-se, animais doentes ou suspeitos de contaminação não devem ser vacinados sem antes serem consultados por um médico veterinário.
Lucine Guerra Janiak - MV